sexta-feira, 28 de janeiro de 2011








With enough practice, meditation helps to replace bad thoughts and feelings with happy ones. (See more under Why Meditate?)

http://www.children.dhamma.org/en/children/about-meditation.shtml




Livraria Papa Livros

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Teatro Maria Matos



Produzido ano passado para o aniversário do Teatro Maria Matos, está de regresso "Daqui vê-se melhor". A História do Teatro, contada através do diálogo entre a Susana (atriz), o Bernardo (ilustrador) e a Susana (narradora). Texto de Isabel Minhós Martins. Dias 20 a 23 de Janeiro.
Destaque na Time Out desta semana.

O livro "Enquanto o Meu Cabelo Crescia" é o fio condutor da segunda História Magnética, um projeto musical, co(a)ntada por Sérgio Pelágio. Depois do espetáculo, uma oficina para estimular os mais pequenos. Dias 1 a 6 de Fevereiro.

Loja era uma vez um sonho


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Milhares de livros em saldo no Porto até ao fim do mês - Babel

Milhares de livros em saldo no Porto até ao fim do mês - Babel

NOVIDADES KALANDRAKA




Temática: causalidade; iniciação ao
pensamento racional e científico
■ Idade recomendada: a partir dos 6 anos
■ Aspectos a destacar: do autor de
“Baralhando histórias”; colagem; tipografia
integrada na ilustração
■ Aplicações: escrita criativa; conceitos
lógicos; conhecimento do meio

Qualquer obra de Gianni Rodari é essencial; e, neste caso, a
simplicidade do texto – um raciocínio dedutivo, o silogismo –
combina na perfeição com as colagens de Silvia Bonanni. A
narrativa percorre uma sucessão lógica e escalonada a
propósito da origem de um objecto do quotidiano, para
culminar no que há de mais profundo, e simultaneamente
de mais formoso, na natureza: para se conseguir algo de
muito grandioso, basta por vezes muito pouco. Um livro que
une a elegância da geometria, seguindo uma estrutura
literária circular, à fragância da poesia e à originalidade da
proposta estética.

editora@kalandraka.pt | ww.kalandraka.pt

NOVIDADES KALANDRAKA


CATÁLOGO DE
OBJECTOS TRAVESSOS
TODA A VERDADE SOBRE AS FERAS
QUE NOS ESPREITAM LÁ EM CASA
■ Temática: o absurdo, a imaginação, o lar
■ Idade recomendada: a partir dos 7 anos
■ Aspectos a destacar: texto estruturado em
capítulos; ilustrações coloristas e expressivas; jogo
literário em torno dos objectos domésticos.

O professor Aristítoles (Tito para os amigos)
viu uma noite na televisão um programa
«científico» em que um senhor dizia que tinha
na parede de sua casa uma mancha de humidade
que mais parecia o retrato de um jogador
de futebol. Depois apareceu uma senhora
dizendo que convivia com o fantasma do pirata
Barbanegra. Por último apareceu uma família
que afirmava ter que aguentar todas as noites
o espírito do avô a cantar rancho. «Para todos
estes fenómenos é possível dar uma explicação
científica», gritou indignado o professor.
Para acabar com tanta fábula e com tanta fraude
o professor Aristítoles (Tito para os amigos)
realizou uma expedição pelo interior da sua casa
que durou dois anos.
Este livro póstumo de Pablo Prestifilippo evocará no leitor o
humor surrealista, a imaginação transbordante e a inesgotável
fantasia deste perspicaz autor e ilustrador. Em o “Catálogo
de objectos travessos”, Prestifilippo expõe o seu muito
particular universo de instrumentos e utensílios, com que
passava o tempo, através da figura do professor Aristítoles,
o seu alter ego. Estes elementos, que passariam
despercebidos a muitas outras pessoas, tinham, na sua
mente, um outro cariz bem mais divertido: escadas de
caracol e luvas (bichos nómadas); cadeiras e camas (bichos
de estábulo); sabonetes, esponjas e torneiras (bichos
aquáticos); relógios de areia e meias (bichos territoriais);
dentaduras postiças e espelhos (bichos desterrados); lenços
(bicho à parte).
Fiel ao seu estilo inconfundível, cheio de sentido de humor, Prestifilippo legou-nos uma das suas obras
nonsense que mais surrealismo encerra; um divertido caos de ideias e cores que nos convida a ver os
objectos que nos rodeiam com outros olhos, a adoptá-los como animais de estimação, a dialogar com eles, a
domesticá-los, ou antes a deixarmo-nos domesticar por eles no seu ambiente, a compreendê-los, e, em
suma, a estabelecer as regras de uma convivência necessária e mutuamente enriquecedora.

editora@kalandraka.pt | www.kalandraka.pt

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O mais esperto do reino





Revisitação de motivos tradicionais, em particular os desafios sobre a esperteza e a sagacidade, este conto constrói-se com base na disputa entre personagens oriundas de diferentes áreas e actividades. A valorização de um saber comum, fruto da experiência de vida ou do próprio acaso, parece sobrepor-se ao conhecimento livresco e enciclopédico. A presença do humor e de situações risíveis reforçam a dimensão lúdica de um texto onde está presente uma certa auto-ironia. Destaquem-se, na mesma linha, as ilustrações que acompanham o texto, pela novidade e expressividade que as caracterizam. | Ana Margarida Ramos


Título O Mais Esperto do Reino | Autor(es) Dulce de Souza Gonçalves, Gonçalo Viana (Ilustrador) | Tipo de documento Livro | Editora Caminho das Palavras | Data de edição 2010 | Área Temática Tradição, Aventuras, Jogo, Maravilhoso, Humor, Desafio | ISBN 978-989-96377-2-6 |


in Casa da Leitura


para conhecer melhor o trabalho deste ilustrador Gonçalo Viana

www.goncaloviana.com





segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Formações e workshop sobre literatura infantil e desenvolvimento humano


Clique sobre a imagem para visualizar com mais clareza.

As entidades/pessoas interessadas deverão solicitar o envio do pdf com informação detalhada das acções para o email: ouvir.pensar@gmail.com

Neste mesmo blog será divulgado o local onde decorrerão algumas destas acções e como proceder à respectiva inscrição.

http://ouvirfalarletras.blogspot.com

sábado, 8 de janeiro de 2011

Música para Bebés

Música para Bebés


O workshop "Música para Bebés" em Novembro foi um sucesso! Por isso estaremos agora com uma programação fixa e a primeira sessão acontecerá no dia:

15 de Janeiro de 2011

Numa altura em que os pais passam cada vez menos tempo com os seus filhos, esta experiência pretende aproxima-los de uma forma criativa e animada! A sessão de música para bebés tem a particularidade de proporcionar momentos de relaxamento para pequenos e graúdos,
estreitando os laços afectivos entre ambos.
Um momento lúdico singular. Uma oportunidade única para despertar a sensibilidade musical. E uma ferramenta para desenvolver capacidades físicas, mentais e emocionais. Tudo numa só sessão!

Inscreva-se já!
€12,00 / família
Das 10h00 às 10h45, sessão para bebés dos 0 aos 36 meses
Contacto para informações e inscrições: 213874613/ 935539045 / geral@id-grupo.com



Confira as fotos do último workshop "Música para Bebés" no Facebook!

Próximas datas:

· 27 de Fevereiro
· 20 de Março
· 17 de Abril
· 29 de Maio

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Quem conta um conto


Quem conta um conto acrescenta um ponto é o nome do concurso que está a decorrer desde Novembro. O objectivo é desafiar os alunos das turmas do 2º ciclo a escrever um conto que dê seguimento a um dos livros da colecção CLÁSSICOS PORTUGUESES CONTADOS ÀS CRIANÇAS, editada com o semanário SOL em 2008.

O projecto abrange todas as escolas do 2º ciclo de Portugal continental, num total de cerca de 1000 escolas.

Para além dos prémios dos vencedores, as bibliotecas das escolas e todas as turmas participantes receberão colecções de livros.

Mais informações aqui e Ficha de inscrição aqui.

Site com ideias fantásticas para a festa de aniversário das nossas pipocas :) Espreitem!!


http://tudoprasuafesta.blogspot.com








http://tudoprasuafesta.blogspot.com

Museu da Marioneta - manhãs criativas


Muppets: marionetas de esponja


  • Conheces os marretas? Sabes do que são feitos? Como são manipulados? Vamos descobrir o mundo divertido destas personagens, para depois criar uma marioneta a partir de esponja, tecidos e outros materiais. Com matérias fofas fazemos as coisas mais loucas…
  • 1 adulto + 1 criança com mais de 6 anos
  • Data de Ínicio: 2011-02-27
  • Data de Fim: 2011-02-27
  • Horário: 27 Fev. 2011 | 10h30m-12h30m
  • Preçário: 5€

Museu da Marioneta


athputli: Marionetas que dançam


  • No Rajastão, há muito tempo, faziam-se espectáculos de marionetas para entreter os marajás. Todas as noites, estas marionetas ganhavam vida para cantar, dançar e fazer acrobacias que impressionavam toda a corte. Nesta manhã criativa, vais conhecer algumas das personagens que entram nessas histórias e criar a tua própria marioneta! Temos o malabarista, a dançarina do ventre, o encantador de serpentes. .. Quem irás escolher?
  • 1 adulto + 1 criança com mais de 6 anos
  • Data de Ínicio: 2011-01-30
  • Data de Fim: 2011-01-30
  • Horário: 30 Jan 2011 10h30-12h30
  • Preçário: 5€

Gingubas


Encomendas

Para informações e encomendas, deverá enviar um email para gingubas@gmail.com

Casa das histórias

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011


Se me perguntarem sobre que é este Sílvio, Domador de Caracóis (Caminho, 2010), livro de Francisco Duarte Mangas (texto) 1 e Madalena Moniz (ilustrações), dificilmente saberei dizê-lo. E livros como este são, em geral, os que me atraem. Aqueles que guardam em si qualquer coisa de indefinível, de irresumível, de imparafraseável, livros cuja teia de sentidos possíveis parece torná-los irredutíveis à moldura crítica.
Trata-se de um livro sobre a amorosa e terna relação entre uma mãe e o seu filho pequeno, curioso e descobridor? Sim e não. É sobre a conversa entre ambos, funcionando como lição sobre a liberdade e a poesia, mas também sobre os constrangimentos da vida? É e não é. É sobre os sonhos irrealizáveis das crianças? É e não é (até porque tenho dúvidas de que alguns deles sejam irrealizáveis…). É sobre o desconsolo da vida adulta, em que a imaginação infantil se afigura por vezes deslocada e perigosa? É e não é. Insinua-se como exemplo de ecopoesia? Sim e não. É sobre a paixão pela mãe Natureza (vemos, com efeito, uma mãe – que, até certo ponto, constitui um reflexo especular da Natureza – e um filho, chamado Sílvio 2, que edipianamente a ama), insinuada numa conversa em torno do fascínio pelos seres e coisas que conformam o mundo natural? (E este foi sempre um dos tópicos de eleição de Francisco Duarte Mangas, em especial naquele aspecto em que tal paixão o conduz, depois, à ternura filial por esses outros «seres vivos» que são as palavras 3. Uma atracção, em suma, pelas suas misteriosas combinações, susceptíveis de edificar mundos possíveis: «cultivar palavras no jardim», ser «domador de caracóis», «carteiro das toupeiras», «arquitecto das cegonhas»…) É sobre tudo isto? É e não é. Encontramos neste livro uma tentativa de conferir materialidade a algumas sedutoras metáforas? Sim e não. É uma meditação sobre a condição de poeta – que Sílvio, no fundo é, porque pretende vir a «cultivar palavras»? Talvez seja, talvez não. É uma narrativa breve ou um breve texto dramático? Possui elementos, é certo, que a ambos os modos pertencem, mas não é uma coisa nem outra, a ambos fugindo para, definitivamente, se instalar no limbo da poesia. É um texto de desarmante simplicidade? É e não é, porque é tão simples quanto denso. É um livro para crianças? Não tenho a menor dúvida que seja. Mas é, também, daqueles livros a que um leitor literário, adulto, não resiste. Daqueles livros que certos adultos podem ler com um gosto imenso, sem se lembrarem de que estão a ler um livro para crianças.
É tudo isto que torna o pequeno grande livro de Francisco Duarte Mangas e Madalena Moniz num objecto simultaneamente simples e complexo, notável de leveza e de densidade (e, quando digo leveza, estou a falar obviamente daquela a que se refere Italo Calvino 4). Um livro que, além do mais, desperta em nós a memória de certas composições, de estrutura dialogal, quer do cancioneiro popular quer das cantigas de amigo medievais, galaico-portuguesas, em que mãe e filha conversam, quer ainda de vários poemas infantis de Eugénio de Andrade e de Matilde Rosa Araújo, e, principalmente, a memória de algumas Canciones (1921-1924) de Federico García Lorca, em especial as Canciones para Niños, como a «Canción tonta» ou a «Cancioncilla sevillana» 5 (e são bem conhecidos os ecos do andaluz na poética do autor de O Ladrão de Palavras que, como todos os poetas dignos desse nome, sabe que a infância é a terra onde germina a poesia – como também Lorca sabia).
Tomando em mãos esta breve mas admirável composição de Francisco Duarte Mangas, a ilustradora Madalena Moniz transformou-a num álbum. Um álbum entre o poético e o narrativo, onde a Natureza respira e respiram também os olhos do leitor, um álbum onde os tons de verde se revestem de importância fundamental, concordante com a possível intencionalidade do texto, e a que nem sequer faltam certos elementos desse paradigma simétrico do picture story book, a que obedecem alguns dos mais bem-amados álbuns narrativos para crianças 6 (verifica-se certa circularidade no texto que, por outro lado, repousa, do princípio ao fim, numa estrutura dialogal 7 mais ou menos repetitiva).
Recorrendo com mestria ao lápis de cor, numa ilustração cujo traço evidencia originalidade e frescura, além de sensibilidade para traduzir a dimensão psicológica, a ilustradora desenha a própria letra utilizada no livro, conferindo à obra um cariz artesanal, conforme com a componente semantico-pragmática do texto de Francisco Duarte Mangas.
Uma parceria feliz, em suma, para uma obra feliz, uma obra que revaloriza a imaginação e os seus poderes e que insta a uma reconciliação com uma Natureza em perigo; um livro na «margem da alegria», necessário para o tempo tristíssimo e cheio de equívocos morais e ideológicos em que vivemos; um livro que convida a pensar, que estimula na criança o pensamento divergente e do qual, não tenho dúvidas, os leitores infantis (e os adultos também) vão gostar.
José António Gomes
(NELA – Núcleo de Estudos Literários e Artísticos da ESE do Porto)
Notas
1 Nascido em Rossas (Vieira do Minho), em 1960, jornalista de profissão, romancista premiado (Diário de Link, Teorema, 1993; Geografia do Medo, Teorema, 1997; A Morte do Dali, Teorema, 2001; O Coração Transido dos Mouros, Teorema, 2002, etc.), contista e poeta (Pequeno Livro da Terra, Teorema, 1996; Transumância, Campo das Letras, 2002, etc.), Francisco Duarte Mangas é já autor de uma obra considerável no domínio da literatura para a infância, repartida pelo conto, pelo conto em formato de álbum e pela poesia: Elefantezinho Verde (Elefante Editores, 1999; 2.ª ed., Campo das Letras, 2001), O Gato Karl (Caminho, 2005), O Ladrão de Palavras (Caminho, 2006), O Noitibó, a Gralha e Outros Bichos (Caminho, 2009), além de Breviário do Sol (Caminho, 2002) e Breviário da Água (Caminho, 2004), ambos em co-autoria com João Pedro Mésseder. Vários dos seus livros para adultos foram traduzidos e editados em Espanha e na Itália.
2 Nome de evidentes conotações simbólicas, já que, como ensinam os dicionários, silv(i)… é um elemento latino de composição de palavras que exprime a ideia de selva, floresta, mata (v. J. Almeida Costa e A. Sampaio e Melo et alii. Dicionário da Língua Portuguesa. 5.ª ed., Porto: Porto Editora, s.d., p. 83.). Sílvio, o protagonista deste livro, deseja, entre outras profissões sonhadas, vir a ser «médico das árvores», tratar-lhes do coração, e ama a floresta e os seres, por assim dizer, selvagens.
3 Leia-se esta passagem do texto: «(…) Vou cultivar palavras no jardim, sempre foi esse o meu sonho. Que palavras? – diz a mãe. A palavra “Verão”, a palavra “sede”, a palavra “golfinho”… Bebem muita água, gastam muito adubo – diz a mãe. Adubo?! O fertilizante das palavras é a ternura, Sílvio – diz a mãe. E que água bebem? A água pura dos teus olhos – diz a mãe. A ternura é toda para ti, mãe.»
4 Italo Calvino. Seis Propostas para o Próximo Milénio. Lisboa: Teorema, s.d. (originalmente editado em Itália, em 1990). pp. 15-44.
5 Canción tonta: «Mamá, / yo quiero ser de plata. / Hijo, / tendrás mucho frío. / Mamá. / Yo quiero ser de agua. / Hijo, / tendrás mucho frío. / Mamá. / Bórdame en tu almohada. / ¡Eso sí! / ¡Ahora mismo!» – http://users.fulladsl.be/spb1667/cultural/lorca/canciones/canciones_para_ninos/cancion_tonta.html (acedido em 5/11/2010); Cancioncilla sevillana: «Amanecía en el naranjel. / Abejitas de oro / buscaban la miel. // ¿Dónde estará / la miel? // Está en la flor azul, / Isabel. / En la flor, / del romero aquel. // (Sillita de oro / para el moro. / Silla de oropel / para su mujer.) // Amanecía / en el naranjel.» –http://users.fulladsl.be/spb1667/cultural/lorca/canciones/canciones_para_ninos/cancioncilla_sevillana.html (acedido em 5/11/2010).
6 O «symmetrical picture storybook paradigm» é estudado por Eve Heidi Bine-Stock em How to Write a Children’s Picture Book: Learning from The Very Hungry Caterpillar, Chicka Chicka Boom Boom, Corduroy, Where the Wild Things Are, The Carrot Seed, Good Night, Gorilla, Sylvester and the Magic Pebble and Other Favorite Stories. USA: Lightning Source Ingram and Baker & Taylor, E & E Publishing, 2003 (sumário disponível em http://www.eandegroup.com/Publishing/How-to-Write.html (acedido em 30-3-2009)).
7 Recorde-se que o modo dialogal sempre conheceu larga fortuna na literatura para a infância desde os seus primórdios, quer enquanto forma privilegiada, e mais viva, de transmissão de noções edificantes quer assumindo a forma de diálogos autónomos, sem didascálias (ou quase), incorporados no tecido narrativo – releia-se, por exemplo, a Condessa de Ségur; imagine-se os Diálogos entre uma Avó e sua Neta, de Mathilde de Sant’Anna e Vasconcellos (volume publicado em 1862 que Henrique Marques Júnior, em Algumas Achegas para uma Bibliografia Infantil (1928), afirma não ter conseguido consultar); e lembre-se certos textos de Virgínia de Castro e Almeida (exemplo: Em Pleno Azul (1.ª ed., 1907). 11.ª ed., Lisboa: Clássica Editora, 1988, pp. 72-78, 113-114 e outras) e de Ana de Castro Osório (exemplo: Viagens Aventurosas de Felício e Felizarda ao Brasil (1.ª ed., 1923). Lisboa: Instituto Piaget, 1998, pp. 83-88 e outras). Saindo do âmbito do livro infantil, mas indo às raízes do modo dialogal em literatura, mencione-se por exemplo o modelo estabelecido pelos Diálogos de Platão ou o cultivo, no período barroco, dos livros de diálogos sobre a vida na corte ou de índole moral – e não só, já que os temas abordados poderiam ir da crítica social à crítica literária (releia-se, para só referir dois exemplos da literatura portuguesa do século XVII, Francisco Rodrigues Lobo e a sua Corte na Aldeia (1619) ou D. Francisco Manuel de Melo e os seus Apólogos Dialogais (1721), de publicação póstuma).

Lunário




A bicicleta pela lua dentro — mãe, mãe —
ouvi dizer toda a neve.
As árvores crescem nos satélites.
Que hei-de fazer senão sonhar
ao contrário quando novembro empunha —
mãe, mãe — as telhas dos seus frutos?
As nuvens, aviões, mercúrio.
Novembro — mãe — com as suas praças
descascadas.

A neve sobre os frutos — filho, filho.
Janeiro com outono sonha então.
Canta nesse espanto — meu filho — os satélites
sonham pela lua dentro na sua bicicleta.
Ouvi dizer novembro.
As praças estão resplendentes.
As grandes letras descascadas: é novo o alfabeto.
Aviões passam no teu nome —
minha mãe, minha máquina —
mercúrio (ouvi dizer) está cheio de neve.(...)

Herberto Helder
Poesia Toda
Assírio & Alvim, 1998
img: o lunário para 2011 é da ilustradora argentina Cecília Afonso Esteves
e pode comprar-se aqui

A Contradição Humana



A Contradição Humana é notória a qualidade de uma escrita que interroga universos reconhecidos e propõe o seu questionamento, desafiando o leitor a sair da sua zona de conforto e a embarcar numa leitura que é, também, uma viagem pela linguagem. Uma espécie de viagem ao mundo dos adultos pelo olhar questionador, inocente e perspicaz de uma criança decidida a pôr a nu as contradições e os paradoxos da existência.

O Tamanho da Minha Altura - Teatro


O Tamanho da Minha Altura
Maiores de 4 anos
8 Jan a 27 Mar | Sáb: 16h, Dom: 11h
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Qual deverá ser o tamanho certo para chegar ao botão do 5º andar do elevador do meu prédio?
Quantos centímetros são necessários para chegar até às estrelas?
Quantas polegadas serão precisas até que fique com os cabelos em pé como os meus pais?
Quantos milímetros me faltam para conhecer cada canto do mundo?
Quantas são as milhas que me separam da sabedoria da minha avó (ela que conhece uma pessoa com nome de Pessoa)?
Qual é o verdadeiro tamanho da minha altura?
Eu sou o José Maria e só com o bico de um lápis é que chego ao botão que me leva até casa. Pode parecer que sou pequeno, mas também é com esse lápis que chego às estrelas. E de lá consigo ver o nosso planeta e fazer viagens fabulosas.
Não é Fantástico?
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Informações Úteis: Valor: 7,5€ (maiores de 12 anos e menores de 65 anos), 5€ (menores de 12 anos, grupos de +10 e maiores 65 anos), Grátis (menores de 2 anos)
Info: 968 382 245 | Marcações para escolas durante a semana

Agora também no teatro


«…todos se esqueciam de responder ao José Maria. Ou pelo menos todos se esqueciam de lhe responder como ele queria que lhe respondessem. Por isso, o rapaz ia ficando sem saber algumas coisas, coisas acerca das quais ainda não tinha construído certas ideias. Ideias acerca de certos e determinados assuntos. Era isto que ainda se passava, por exemplo, com o tamanho da sua altura…».
O Tamanho da Minha Altura, de Suzana Ramos (texto) e Marta Neto (ilustração) e editado em 2009 na colecção «Assirinha», é um fascinante livro infantil, vencedor do «Prémio Literário Maria Rosa Colaço – 2007», atribuído pela Câmara Municipal de Almada.
Estreia no próximo dia 8, sábado, no Teatro da Luz, em Lisboa.